José Mojica Marins: quem é o mestre do terror brasileiro?

Se você curte cinema, especialmente aquele que faz o coração acelerar, provavelmente já ouviu falar de José Mojica Marins. Ele é o cara por trás do famoso Zé do Caixão, um personagem que virou símbolo do horror nacional. Mas além do visual sinistro, Marins tem uma história cheia de criatividade, coragem e muita luta contra a censura.

Quem foi José Mojica Marins?

José Mojica Marins nasceu em 13 de março de 1936, em São Paulo. Começou a mexer com fotografia ainda adolescente e, aos 20 anos, decidiu entrar no cinema. O primeiro filme que dirigiu foi "O Adeus" (1965), mas foi "À Morte … Dá‑uma‑paz!" (1966) que deu o tom de rebeldia que ele levaria para a vida inteira. Em 1964, criava o Zé do Caixão, um morto‑vivo que arranca corações com seu jeito macabro e ao mesmo tempo carismático.

O primeiro longa do "Baron" foi "À Morte … Dá‑uma‑paz!", um filme de baixo orçamento, mas cheio de atitude. Marins fez tudo: escreveu, dirigiu, atuou, cuidou da maquiagem e até das trilhas sonoras. Essa pegada de "faça‑você‑mesmo" virou marca registrada e inspirou gerações de cineastas independentes.

O legado do Zé do Caixão

O Zé do Caixão não é só um vilão de filme de terror; ele virou um símbolo de resistência cultural. Enquanto a censura brasileira tentou bloquear suas obras nos anos 70, Marins contornava as regras, gravando cenas ousadas e trazendo temas como sexo, violência e religiosidade de forma crua.

Seus filmes mais conhecidos – "Essa Sangue Tem Preço" (1972), "O Deserto da Alma" (1977) e "O Lobista de Mata‑verde" (1998) – ainda são estudados em universidades de cinema. Marins também influenciou artistas como Dario Argento e John Carpenter, que admitem ter sido impactados pelo estilo visual grotesco do diretor.

Além da sétima arte, o Zé do Caixão apareceu em música, quadrinhos e até em trailers de jogos. A figura de Marins atravessou fronteiras e, em 2013, recebeu o Troféu Oscar de Mérito no Festival de Cinema de Gramado, reconhecendo sua contribuição ao cinema nacional.

Hoje, José Mojica Marins continua sendo referência para quem quer fazer cinema fora do mainstream. Ele nos mostrou que com câmera, luz e muita imaginação dá pra criar universos que assustam e encantam sem precisar de grandes estúdios.

Se quiser mergulhar no universo de Marins, comece pelos clássicos dos anos 60 e 70. Prepare a pipoca, desligue a luz e deixe o Zé do Caixão contar suas histórias. Você vai entender porque, mesmo depois de décadas, o nome José Mojica Marins ainda ecoa nos corredores das salas de cinema e nas conversas de fãs de terror ao redor do Brasil.