Polêmica proposta de bolsonarista gera indignação: multa de R$ 17.000 para quem alimentar pessoas em situação de rua

Polêmica proposta de bolsonarista gera indignação: multa de R$ 17.000 para quem alimentar pessoas em situação de rua

Proposta Controversa do Vereador Rubinho Nunes Gera Indignação

Uma proposta lançada pelo Vereador Rubinho Nunes, filiado ao MDB, tem gerado uma onda de indignação e críticas ferozes, não apenas entre seus pares políticos, mas também na sociedade civil e nas redes sociais. A proposta, que já foi aprovada em primeira votação, pretende impor uma multa de R$ 17.000 para organizações não governamentais (ONGs) que distribuem alimentos a pessoas em situação de rua sem autorização prévia de órgãos públicos competentes. A medida visa obrigar essas organizações a obterem uma autorização das Secretarias das Subprefeituras e da Assistência e Desenvolvimento Social, que teria uma validade de um ano e demandaria a agendamento prévio das datas e horários das atividades de distribuição de alimentos.

Repercussão Entre Políticos e Sociedade

A proposta de Nunes foi imediatamente criticada por políticos de esquerda, incluindo a Deputada Érika Hilton (PSOL), que fez uma comparação polêmica, sugerindo que Nunes multaria Jesus Cristo por multiplicar pães. Hilton não poupou palavras e classificou a proposta como um atentado direto contra a solidariedade e o auxílio aos mais vulneráveis. O Deputado Orlando Silva (PT) também se posicionou contra a medida, questionando as verdadeiras intenções de Nunes e lançando dúvidas sobre a ética e a moralidade de tal iniciativa em um momento de crise social.

Nunes não é um nome estranho a polêmicas. Ele já foi investigado por suposto abuso de autoridade em suas tentativas de instaurar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) contra o Padre Júlio Lancellotti, um conhecido defensor dos direitos de pessoas em situação de rua através da Pastoral do Povo da Rua. Este histórico adiciona mais combustível às críticas, pois muitos enxergam um padrão de comportamento que tenta cercear ou dificultar a atuação de quem trabalha diretamente com a população vulnerável.

Impacto nas Redes Sociais

Nas redes sociais, a proposta encontrou resistência não apenas de usuários comuns, mas também de artistas e influenciadores. MC Binn, um dos nomes mais conhecidos a se pronunciar, utilizou suas plataformas para condenar a medida, reforçando a importância do trabalho das ONGs em tempos de dificuldade econômica e social. Diversas postagens e hashtags vêm ganhando tração como manifestação contra a aprovação da proposta. A onda de indignação parece ter criado um movimento de solidariedade em defesa das ONGs e das pessoas que elas atendem.

Embora a proposta de Nunes ainda precise passar por uma segunda votação no plenário, algo que ainda não tem data definida, a mobilização contra a medida tem crescido de maneira significativa. Especialistas no tema dizem que a aprovação desse tipo de legislação pode ter um efeito catastrófico, desestimulando o trabalho voluntário e a atuação de ONGs que muitas vezes operam em zonas onde o Estado é ausente.

As Implicações da Proposta

As Implicações da Proposta

De acordo com a proposta de Nunes, todas as ONGs que desejarem distribuir alimentos para pessoas em situação de rua em São Paulo deverão primeiro obter uma autorização junto às Secretarias das Subprefeituras e Assistência Social. Essa autorização teria validade de um ano e exigiria que as ONGs pré-agendassem não apenas os dias, mas também os horários de suas atividades. Caso alguma ONG descumpra essas regras, estaria sujeita a uma multa de R$ 17.000. O vereador alega que a medida é necessária para manter a ordem e organizar melhor a distribuição de alimentos, evitando o que ele chama de “bagunça”.

No entanto, muitos veem na proposta uma tentativa de burocratizar e dificultar o trabalho de ONGs que já enfrentam inúmeros desafios para realizar suas atividades. Organizações que atuam no campo da assistência humanitária de emergência criticaram a proposta por considerá-la desumana e punitiva. Argumentam que, em um cenário de crise social e econômica, dificultar o acesso a alimentos para os mais vulneráveis só agrava ainda mais a situação. Para muitos, o que está em jogo é o direito básico à alimentação e a solidariedade social.

Possíveis Movimentações Futuros

Possíveis Movimentações Futuros

Embora o projeto tenha sido aprovado em uma primeira votação, sua futura aprovação está longe de ser garantida. A pressão popular e a mobilização de diversos setores da sociedade podem influenciar decisivamente os próximos passos. Até mesmo alguns parlamentares que inicialmente poderiam ser favoráveis à medida podem repensar suas posições diante da repercussão negativa. Além disso, devido ao clamor público e à possível perda de apoio de setores importantes, o projeto pode acabar se tornando politicamente inviável, mesmo que legalmente correto.

Enquanto isso, o trabalho das ONGs continua diariamente nas ruas, levando alimentos, roupas e auxílio para aqueles que mais necessitam. Muitos voluntários têm manifestado sua preocupação com o futuro dessas ações e esperam que o bom senso prevaleça. A luta agora parece ir além da simples ajuda material; trata-se de uma batalha por valores humanitários e pelo direito de se organizar e atuar em prol do próximo.

Conclusão

Conclusão

A proposta de Rubinho Nunes trouxe à tona uma intensa discussão sobre o papel das ONGs e a importância da solidariedade em tempos de crise. A mobilização contra a medida, seja nas ruas ou nas redes sociais, mostra que a sociedade não está disposta a aceitar passivamente iniciativas que possam restringir o direito à assistência e ao auxílio. Em um momento de tanta vulnerabilidade e necessidade, a atuação dessas organizações se mostra mais crucial do que nunca. O desfecho dessa história ainda está por ser escrito, mas o capítulo atual é marcado pela resistência e pela defesa incansável daqueles que acreditam em um mundo mais justo e solidário.

sobre o autor
20 Comentários
  • Amanda Sousa
    Amanda Sousa

    Isso aqui é um ataque direto à humanidade. Se você tá na rua com fome, não tá pedindo esmola, tá pedindo pra sobreviver. Multar quem dá comida é como multar quem respira pra você. A gente tá no Brasil, mas parece que alguns políticos vivem num outro planeta.

  • Fabiano Oliveira
    Fabiano Oliveira

    A proposta é absurda, mas não surpreende. Rubinho Nunes já demonstrou um padrão de comportamento que prioriza controle sobre compaixão. A burocracia não salva vidas - a solidariedade faz.

  • Bruno Goncalves moreira
    Bruno Goncalves moreira

    Eu já vi gente distribuindo comida na esquina do meu bairro, sem autorização, e nunca vi ninguém se queixando. Pelo contrário, os moradores agradecem. Essa multa vai acabar com o que ainda resta de empatia nesse país.

  • Carla P. Cyprian
    Carla P. Cyprian

    A regulamentação da assistência humanitária, embora tecnicamente plausível, ignora completamente a natureza emergencial e espontânea da ajuda social. A imposição de autorizações prévias é uma violação ética à dignidade humana.

  • Ezequias Teixeira
    Ezequias Teixeira

    Vocês perceberam que isso é exatamente o que o Estado faz quando abandona as pessoas? Ele deixa a fome lá, e depois pune quem tenta consertar o que ele falhou em resolver? É pura hipocrisia.

  • Mayra Teixeira
    Mayra Teixeira

    Mas e se for um cara que tá só querendo lucrar com isso? E se for um esquema de lavagem de dinheiro? A gente não pode deixar tudo solto não

  • Francielly Lima
    Francielly Lima

    A proposta é inegavelmente desumana, mas o que mais me choca é a indiferença da sociedade. Nós nos importamos com likes, mas não com fome. Onde está o nosso senso de justiça?

  • Suellen Cook
    Suellen Cook

    Acho que a multa é exagerada, mas se a ONG não tem autorização, ela tá infringindo a lei. A lei existe pra proteger todos, não só os que precisam.

  • Wagner Wagão
    Wagner Wagão

    Se você quer organizar a distribuição de alimentos, faça o que o Estado deveria fazer: crie centros de acolhimento dignos, ofereça refeições regulares, contrate profissionais. Não puna quem tá tentando enxugar o que o governo deixou transbordar.

  • Joseph Fraschetti
    Joseph Fraschetti

    Eu moro na periferia e vejo isso todo dia. Tem gente que chega com saco de arroz, pão, fruta. Ninguém pede documento. Só pede pra comer. Isso aqui é puro ódio disfarçado de ordem.

  • Alexsandra Andrade
    Alexsandra Andrade

    Eu ajudo nas distribuições aos finais de semana. Nunca tive problema. Mas agora vou ter que marcar horário? E se tiver uma pessoa desmaiada na calçada e eu der um pão? Vou ser multada por salvar uma vida?

  • Nicoly Ferraro
    Nicoly Ferraro

    A gente tá vivendo num país onde ajudar vira crime? 😔 Isso não é política, é desumanização. Se a lei não protege os mais fracos, ela não merece ser respeitada.

  • isaela matos
    isaela matos

    Pô, mas quem tá ajudando é só um monte de gente que quer aparecer no Instagram mesmo. Não acredito nisso de caridade.

  • Carla Kaluca
    Carla Kaluca

    Essa multa é uma porcaria mas o povo que faz isso acha que é o messias e fica postando foto com os pobre, tipo "olha o que eu fiz" e esquece que o Estado tem que fazer isso, não eles.

  • TATIANE FOLCHINI
    TATIANE FOLCHINI

    Mas e se a ONG for uma máfia disfarçada? E se eles estiverem usando a comida pra controlar as pessoas? Não podemos deixar tudo livre, né?

  • Luana Karen
    Luana Karen

    Aqui vai um pensamento: se Jesus voltasse hoje e desse pão a um sem-teto, ele seria multado? O que isso diz sobre nós? Não é só sobre comida - é sobre quem nós nos tornamos.

  • Luiz Felipe Alves
    Luiz Felipe Alves

    A burocracia não é o problema. O problema é a ausência do Estado. Quando o poder público falha, o cidadão se torna o Estado. E agora querem punir quem assumiu essa responsabilidade?

  • Ana Carolina Campos Teixeira
    Ana Carolina Campos Teixeira

    A proposta é legítima. O caos não pode ser a norma. Se a assistência social é uma responsabilidade do Estado, então ela deve ser conduzida por meio de canais oficiais.

  • Stephane Paula Sousa
    Stephane Paula Sousa

    Acho que a ideia é boa mas o valor da multa é muito alto

  • Edilaine Diniz
    Edilaine Diniz

    Minha vó sempre dizia: "quem dá pão, não perde a mão". Essa multa é o oposto disso. Ela ensina que ajudar é errado. E isso é pior que a fome.

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