Se você já viu uma luta de judô na TV ou curte artes marciais, provavelmente já pensou em colocar a faixa e entrar no tatame. O legal do judô é que ele mistura força, técnica e disciplina sem precisar de muito equipamento. Basta um kimono, um par de parceiros de treino e vontade de aprender.
O primeiro passo é encontrar um clube ou academia perto de casa. No Brasil a maioria das cidades tem pelo menos uma escola afilhada à Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Lá você vai receber a avaliação inicial, que serve para definir seu peso e nível. Não se preocupe se ainda não souber cair: a queda (ukemi) é ensinada logo de cara, e é essencial para evitar lesões.
Chegando ao dojo, a rotina costuma começar com aquecimento leve – corrida curta, polichinelos e alongamentos. Depois vem a prática das técnicas básicas: ojigi (cumprimento), ukemi (cair) e os primeiros nage-waza (arremessos). Os três mais comuns são ouchi-gari, ippon seoi-nage e osoto-gari. Memorizar o nome ajuda a entender a mecânica, mas o mais importante é sentir o ponto de equilíbrio do parceiro.
Treine sempre com foco na posição de base (shizentai) e no controle da respiração. Uma dica simples: enquanto pratica um arremesso, imagine que está empurrando o chão, não puxando o adversário. Essa mudança de mentalidade acelera o aprendizado e reduz o esforço desnecessário.
Depois de algumas semanas, você passará para as técnicas de imobilização (osae-waza) e de finalização (shime-waza e kansetsu-waza). Não tente dominar tudo de uma vez; foque em dois ou três movimentos por mês e revise o que já aprendeu. A constância supera a intensidade.
Se a ideia é entrar em torneios, o calendário nacional tem eventos importantes como o Campeonato Brasileiro de Judô, a Copa do Brasil e os Campeonatos Regionais. A maioria aceita atletas de todas as faixas etárias, desde crianças até veteranos. Para se inscrever, basta estar regularizado na CBJ e ter o número de registro (crachá).
Participar de competição não é só sobre medalhas. É uma chance de testar suas técnicas sob pressão, conhecer outros praticantes e receber avaliações de árbitros experientes. Também abre portas para bolsas em universidades que oferecem apoio a atletas de alto rendimento.
Além dos torneios oficiais, vale ficar de olho em workshops e clínicas que acontecem em grandes cidades. Esses eventos trazem mestres internacionais que compartilham detalhes de katas, estratégias de luta e até a filosofia por trás do judô. Frequentar pelo menos uma dessas sessões por ano mantém a motivação em alta.
Por fim, lembre-se que o judô traz benefícios que vão além do tatame: melhora a postura, a flexibilidade, a concentração e ainda ajuda a lidar com o estresse do dia a dia. Seja para competir ou apenas para se manter em forma, a arte marcial oferece um caminho sólido e prazeroso. Então, vista sua faixa, respeite o parceiro e aproveite cada momento no dojo!
Beatriz Souza, judoca brasileira, garantiu a medalha de ouro na competição de judô nas Olimpíadas de 2024. A vitória significativa foi alcançada ao derrotar uma atleta israelense na final, destacando a excepcional habilidade e dedicação de Souza ao esporte.